Projetos de alfabetização, como o do Geempa, não terão continuidade

SEC prepara novo projeto



Escolas públicas estaduais conhecerão em maio a proposta pedagógica a ser desenvolvida no RS

A Secretaria Estadual de Educação (SEC) pretende apresentar, até o início de maio, um novo projeto pedagógico para a rede de escolas públicas. A secretária adjunta e diretora-geral da SEC, Maria Eulália Nascimento, explicou que os principais pontos da nova proposta devem ser finalizados em abril. "Nossa ideia não é chegar nas salas de aula e perguntar para professores, alunos e pais o que acham que seria melhor. Vamos apresentar uma ideia completa, que será trabalhada e que pode mudar em relação ao projeto original", revelou a diretora.

 
O principal desafio, na avaliação de Maria Eulália, está na implantação do Ensino Fundamental de nove anos de duração. "Essa situação é bem maior do que apenas redistribuir o currículo de oito anos em um programa com um ano a mais. É estabelecer novos critérios para cada segmento, desde os ciclos de alfabetização dos três primeiros anos, passando pelo período intermediário das séries iniciais (do 4 ao 6 ano), e chegando à etapa final (7 ao 9 ano)", argumentou.

Com esse foco, a SEC decidiu não renovar os convênios que mantinha com a ONG educacional gaúcha Geempa; o Instituto Alfa e Beto; e parte de processos de alfabetização do Instituto Ayrton Senna. "Entendemos que é mais difícil para instituições de fora do Estado, ou até mesmo daqui, entregarem projetos de alfabetização completos e que atendam a toda a rede estadual com suas especificidades", justificou.

 
Maria Eulália informou que somente terá continuidade o projeto do Instituto Ayrton Senna que trata do segmento da redução do fluxo, que é um processo de aceleração de estudos para reduzir a defasagem entre a idade do aluno e a série cursada na escola. "Esse trabalho está em andamento, e precisamos que os resultados sejam concretizados. Mas é bom lembrar que esses três convênios que vinham sendo realizados na rede pública estadual representavam uma despesa de cerca de R$ 10 milhões ao RS."

A ruptura com o trabalho pedagógico de escolas gaúchas, entretanto, afeta alunos e professores - muitos deles com recente e grande investimento em estudos, e satisfeitos com resultados escolares obtidos com esses projetos.

O embrião da nova proposta pedagógica da SEC tem base nas classes de alfabetização, que são o início do processo. Entre os principais problemas percebidos pela SEC para a implantação está a situação de estudantes que, até então, tinham apenas um professor; e que passam a ter vários docentes, um para cada disciplina. Segundo a diretora, é justamente neste ano escolar que se encontram os maiores índices de reprovação, pela mudança nas características da aprendizagem.

FONTE:

Nenhum comentário:

Postar um comentário