Todos somos inteligentes como ponto de partida

Segundo a Revista Veja nº 2171 de 30 de junho de 2010, um grupo de especialistas acaba de formular um conjunto de propostas bem práticas para melhorar o ensino no Brasil. O objetivo do documento, que será entregue aos candidatos à presidência, é tornar o debate menos ideológico e mais racional. São sete propostas que enfocam a gestão das verbas destinadas para a educação, elaboração de um currículo nacional unificado, flexibilização do ensino médio, autonomia aos diretores, formação prática aos professores, prêmio aos bons professores e ampliação da jornada escolar.


É preciso dizer que todas elas são necessárias. E se todas elas juntas, sincronicamente, fossem postas em prática, certamente se elevariam os índices globais de aprendizagem nas escolas. Só que, em educação, mais do que a média, importa é a totalidade, é o direito sagrado de cada um ter acesso às riquezas dos conhecimentos. E para isso, é imprescindível um passo corajoso: rever as bases teóricas sobre as quais se apoia a prática docente.

Rever as bases teóricas implica em mudar a prática, mexer no dia-a-dia escolar, em sua rotina e em sua estética.

Um dos aspectos de uma nova base teórica para o ensino é de que aprender é construir conhecimentos na interlocução com os outros e com seus sistemas de valores, isto é, com uma cultura. O foco da preocupação docente muda do produto (conhecimentos adquiridos) para o processo da sua aquisição.

E mais, fundamentalmente, esta mudança só será efetiva se ela concretizar a confiança de que a construção dos conhecimentos é possível para todos, de que todos somos inteligentes. Não como consequência, mas como princípio democrático, como ponto de partida de um ensino justo e igualitário.

Elevar índices é apenas uma exigência menor para a educação, ensinar a todos é o único e válido objetivo face ao alunado que diariamente aguarda a ação dos professores.

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