Oficina de textos

A árvore da ilustração é de tijolos. Parece um edifício maluco. Ela foi imaginada por um artista. Ele queria desenhar uma árvore muito diferente.

Desenhe, tu também, a tua árvore e mostre aos teus colegas.

Escreva uma história sobre ela.






O USO DE MAPAS

Os mapas são representações gráficas do espaço constituídas por 3 elementos básicos: escala, projeção e simbologia. Resultam de um conhecimento acumulado de informações e técnicas desenvolvidas por uma sociedade. Estão presentes em Atlas, revistas, jornais e noticiários de TV, gabinetes de políticos e empresários. São usados por economistas, urbanistas, engenheiros, militares e outros profissionais, bem como por turistas. São portanto recursos bastante importantes para localizar, informar ou orientar-se no espaço, desde que o indivíduo saiba interpretá-lo.
 
A utilização de mapas pressupõe, por parte dos alunos, capacidade de abstração, pois representam a realidade através de símbolos. Não é uma tarefa simples, sendo necessário desenvolver algumas habilidades e conhecimentos; atividades como pintar estados, países e municípios, copiar mapas ou colocar nomes em rios são tarefas mecanicistas que não levam à formação de conceitos da linguagem cartográfica. Segundo Almeida (1994) esse trabalho de interpretação deve iniciar pela construção de seu próprio mapa com a codificação dos elementos do espaço ao seu redor para, posteriormente ler os mapas feitos por outras pessoas.
 
Dessa forma, (...)propomos um trabalho a ser desenvolvido de forma lenta e gradual a fim de que os alunos construam as relações espaciais, tomando consciência do mundo físico e social. No início o aluno age como mapeador: representa a realidade física e social através de símbolos convencionados por ele e pela classe. Quando adquire a consciência da representação, torna-se um usuário, aquele que lê e interpreta mapas elaborados por outros.
Agindo como mapeador do seu espaço, o aluno passará pelo processo de levantamento de dados, classificação, comparação, redução e estabelecimento de signos, o que contribuirá para a compreensão das informações, melhorando seu raciocínio lógico.
A representação espacial através de símbolos é freqüente na Geografia, Astronomia, Arquitetura, no estudo do corpo humano e em outras áreas do conhecimento. No nosso trabalho ela é usada como introdução à compreensão tanto do ambiente externo quanto do nosso corpo, cabendo ao professor selecionar os tópicos que convém à finalidade de sua proposta.

Bibliografia
ALMEIDA, R.D. (2001) Do desenho ao mapa: iniciação cartográfica na escola. São Paulo: Ed. Contexto.
ALMEIDA, R.D. & PASSINI, E.Y. (1994) O espaço Geográfico: ensino e representação. São Paulo: Ed. Contexto.
CORRÊA, S. M. M. (1999) Cartobrincando: Estudo das noções básicas sobre cartografia através de jogos. Revista do Professor, Porto Alegre, 155 (57): 25-30, jan/mar.1999.
RUA, J. et all (1993) Para ensinar Geografia. Rio de Janeiro: ACCESS Editora.
 
Fonte: http://www.cdcc.usp.br

1. LATERALIDADE

DESENVOLVIMENTO DAS PRIMEIRAS NOÇÕES DE REFERÊNCIA ESPACIAL (LATERALIDADE)

O domínio da lateralidade, ou seja, a percepção das relações direita/esquerda, frente/atrás, em cima/embaixo, varia de acordo com o ponto de vista de quem observa ou conforme uma determinada referência, é o primeiro passo para a construção das relações espaciais.
 
A construção dessas noções pela criança tem como ponto de partida o próprio corpo (a sua direita e sua esquerda). Mais tarde, em um processo gradativo de descentralização, considera a esquerda e a direita de pessoas à sua frente, para finalmente considerar o posicionamento dos objetos em relação uns aos outros, a ela própria ou a outras pessoas. Somente após o estabelecimento das relações é que a criança terá condições de entender o que é orientação através dos pontos cardeais e colaterais.
Este primeiro tópico pretende desenvolver orientações baseadas na constituição física do corpo humano, a partir de convenções estabelecidas socialmente (direita, esquerda, em cima embaixo, trás, frente).

Material
Papel pardo ou cenário
Papel rascunho
Lápis e material de pintura






Sugestões de perguntas
  • Se eu estiver de frente para meu amigo, a mão direita dele está do mesmo lado que a minha?
  • E se ele estiver de costas para mim?
  • Se eu olhar para o espelho, a mão direita da minha imagem está do mesmo lado que a minha?
Hipóteses possíveis:
  • Se eu estiver de frente para o meu amigo, sim.
  • Se ele estiver de costas para mim, não.
  • Se eu olhar para o espelho, a minha mão direita esta do lado oposto.
Obs: a verificação destas hipóteses deverá ser feita no final deste tópico, depois que os alunos realizarem as atividades propostas. Se os alunos já dominarem este conteúdo, não existe necessidade de realizar estas atividades.
 
1.1. O banho

 
Objetivos:
· Verificar se os alunos apresentam o domínio da lateralidade;
· Através da estimulação tátil, tomar consciência de seu predomínio lateral para a direita e esquerda (lateralização), contribuindo para o estabelecimento das relações projetivas.
Material: um pedaço de papel para cada criança
Desenvolvimento: O professor coordena a atividade levando os alunos a dramatizarem um banho. Terão que imitar os movimentos de tirar a roupa, ligar e desligar o chuveiro e se ensaboar com a ajuda da bucha (folha de papel amassada), esfregando as partes do corpo:
- esfregar o lado de cima; - esfregar a parte de trás da cabeça;
- esfregar o lado direito da cabeça;
- esfregar a orelha esquerda;
- esfregar o braço direito e a perna esquerda;

Depois de esfregar o corpo todo, devem se enxaguar e enxugar (com o papel desamassado), podendo ser feita da seguinte maneira:
- enxugar todo o lado direito do corpo; - enxugar todo o lado esquerdo do corpo;
- enxugar toda a parte da frente do corpo;
- enxugar toda a parte de trás do corpo.
1.2. Localizando o eu
  Objetivo:
· Tomar consciência de sua estatura, da posição de seus membros e dos lados de seu corpo.
Material: papel grande (um para cada aluno), lápis.
Desenvolvimento: Aos pares, os alunos se alternam para fazer o mapa do próprio corpo. O aluno A deita-se sobre a folha de papel, enquanto o aluno B risca seu contorno. Depois, os papéis se invertem. Na segunda etapa, cada aluno nomeia as partes do próprio corpo, escrevendo ou colando etiquetas.
Após explorar bastante esses elementos, cola-se um barbante na testa dos alunos (dividindo o corpo em duas partes) com durex e pede para identificarem seu lado direito (podendo fazer uma marcação). O mesmo é feito no contorno, com o aluno posicionado na cabeça da representação (sem espelhar). Depois de identificados os lados do seu corpo e do contorno, o professor dá comandos para os alunos identificarem as partes de cada lado do corpo no contorno, da seguinte forma:
- pulem no ombro direito;
- pulem no joelho esquerdo;
- com o pé direito, pulem no pé esquerdo;
- pulem na orelha esquerda;

1.3. As duplas

 
Objetivo: Identificação da lateralidade de outros elementos, a partir de diferentes movimentos.
Material: nenhum
Desenvolvimento: Aos pares, um aluno de frente para o outro, realizará movimentos coordenados de acordo com os comandos do professor:
- Dêem a mão direita;
- Ergam o braço esquerdo;
- Toquem com a mão direita, o pé esquerdo do companheiro;
- Pulem com o pé esquerdo;
- Com a mão esquerda, toquem o pé esquerdo do companheiro;
Obs: Desenvolver as atividades para comprovação ou não das hipóteses elaboradas no início do tópico.

2.CONSTRUÇÃO DAS PRIMEIRAS REPRESENTAÇÕES ESPACIAIS (O CORPO)

Partindo do princípio de que a criança constrói seu conhecimento a partir de estruturas conhecidas, este tópico propõe atividades de representação espacial utilizando o próprio corpo como espaço a ser mapeado. Entende-se que a partir de um trabalho com o esquema corporal, explorando as noções de lateralidade e proporcionalidade por meio do mapa do próprio corpo, a criança construirá a ligação entre o concreto e a representação, dando condições de utilizar essas noções em outras representações.
Ao mapear o próprio corpo, o indivíduo toma consciência de sua estatura, da posição de seus membros, dos lados de seu corpo. Ao representá-lo, terá necessidade de realizar procedimentos de mapeador: classificação, generalização e seleção de elementos mais significativos.

Material
Papel pardo ou cenário
Folha de sulfite
Lápis e material de pintura

 Sugestões de Perguntas
· Desenhe como seria você quando deitado no chão, de frente e de costas.
· Indique nos desenhos a perna e o braço esquerdos.
Hipóteses: desenhos dos alunos
Atividades sugeridas para comprovação ou não das hipóteses levantadas
2.1. Mapeando o eu


Objetivo: Realizar representações de elementos conhecidos.
Material: papel pardo e lápis de cor
Desenvolvimento:
  • Registro (escala 1:1): aos pares, os alunos se alternam para fazer o mapa do próprio corpo. O aluno A deita-se sobre o papel, enquanto o aluno B risca seu contorno, de frente e de trás.
  • Perspectiva: identificar nas figuras: em cima-embaixo, frente-trás e direita-esquerda.
  • Simbologia: criação coletiva de códigos que representem cada um dos elementos de referência identificados.
d) Representação: representar, no papel, os códigos convencionados.
2.2. Reduzindo o eu

Objetivo: Perceber que o real pode ser representado em tamanhos diferentes, desenvolvendo dessa forma, as primeiras noções de escala.
Material: folha de sulfite, lápis de cor
Desenvolvimento: Transferir o mapa produzido anteriormente para a folha de sulfite. Pronto o desenho, discutir os resultados, a fim de perceberem as possíveis alterações ocorridas, bem como dificuldades de leitura da representação.

3.REPRESENTANDO ESPAÇOS CONHECIDOS

Baseada na idéia de que o aluno deve construir noções espaciais elementares através de ações no espaço conhecido, esta etapa sugere a construção da maquete da sala de aula, servindo de base para se explorar a projeção dos elementos do espaço vivido (sala de aula) para o espaço representado (planta); as relações espaciais topológicas desses objetos em função de um ponto de referência; desses objetos entre si; e dos mesmos em relação aos sujeitos (alunos). 
A construção da planta da sala tem uma característica fortemente simbólica. Trabalhando as noções de projeção e representação simbólica, serve de ponte entre o espaço real e sua representação gráfica. Através da representação gráfica torna-se possível perceber os diferentes níveis de redução do tamanho real representado, compreendendo os princípios de equivalência e proporcionalidade.

Material Sucata
Lápis e material de pintura
Tesoura
Barbante
Sulfite,Régua


Sugestões de perguntas
  • Desenhe a sua sala de aula.
  • Indique no desenho a frente da sala, o fundo e os lados direito e esquerdo.
Hipóteses: desenhos dos alunos
Atividades sugeridas para comprovação ou não das hipóteses levantadas
 
3.1. Construção da maquete da sala

Objetivo: Representar no concreto a sala de aula com todos seus elementos constituintes.
Material: Sucata (caixa de papelão do formato que se aproxime da forma da sala, caixas de fósforos vazias, retalhos, copos de iogurte, caixas de remédios), régua, lápis e materiais de pintura, cordão ou barbante e tesoura.
Desenvolvimento: Os alunos deverão observar a sala de aula para identificarem os objetos que se encontram em seu interior e estabelecerem sua localização em função dos pontos de referência (porta, janela etc).
Num segundo momento deverão confeccionar a maquete com os objetos em seu interior, conservando a mesma posição que ocupam na sala:
- andar pela sala para observar o seu tamanho, objetos, mobílias; - escolher a caixa cujo tamanho e forma possam representar a sala;
- recortar as janelas e portas (observar a posição);
- contar o número de carteiras;
- selecionar objetos (sucata) que possam representar os elementos presentes na sala e prepará-los para que se assemelhem mais ao real.
Estando pronta a maquete, o professor deve explorar os elementos de localização, através de deslocamentos pela própria maquete. Inicialmente, a partir de sua posição na sala, o aluno projeta-a e passa a localizar a posição de seus colegas, identificando quem senta à sua frente, atrás, à sua direita e à sua esquerda.
Posteriormente, podem usar outros referenciais, que não sua posição. O professor traça uma linha no centro da classe no sentido do comprimento, dividindo a sala em duas partes (lado da porta e da janela); traça outra linha no sentido da largura (frente e trás).
A localização das posições será feita pela projeção dessas linhas na maquete. Assim cada aluno identifica sua posição, de sua professora, de seus colegas e mobílias em relação aos quadrantes, por exemplo: sua carteira está no lado da frente e da porta.
Os quadrantes podem servir de referência para deslocamentos, como: se o aluno A trocar de lugar com o aluno B em que quadrante ficará?
3.2. Elaborando a planta da sala de aula
 
Objetivo: Através de representação gráfica, perceber diferentes níveis de redução do tamanho real representado, compreendendo os princípios de equivalência e proporcionalidade.
Material: papel sulfite, lápis, barbante e régua.
Desenvolvimento: a partir da observação da maquete, os alunos desenharão a sala de aula vista de cima, incluindo seu contorno. Depois, através de comparação entre os desenhos, verificar quem reduziu mais ou menos e comparar com o tamanho normal.
Uma segunda planta da sala pode ser feita, obedecendo à escala. Para isso, os alunos poderão medir as paredes com um barbante ou corda. Em seguida, dobrarão o barbante tantas vezes quanto for necessário até que caiba no papel. Esse pedaço de barbante será a medida da parede; a escala será representada pelo número de vezes em que o barbante foi dobrado. As carteiras devem ser medidas e reduzidas igualmente à parede, assim como as portas, janelas e demais elementos da sala.
Esta atividade deve ser desenvolvida sem pressa, e se o aluno não compreender a relação da redução proporcional, fundamental para a compreensão da noção de escala, devem ser desenvolvidas outras atividades.