FAMÍLIAS DESESTRUTURADAS: UM EQUÍVOCO CONCEITUAL

Apontada, na maioria das vezes, pelos professores como fonte de origem dos ditos “problemas de aprendizagem” de tais crianças na escola, a “desestruturação” da família dos alunos tende a ocupar um lugar importante nos discurso dos professores como sendo responsável pelo fracasso e a evasão escolar de tais crianças. Isso, considerando-se a população infantil e adolescente como sujeitos passivos de estruturas e processos sociais.
Entender o ponto de vista com quem se fala ou ver do ponto de vista com quem se fala sem se desprender do seu ponto de vista ajuda a entender os diferentes tipos de casamentos, civilizações, etc. Assim como, quais os significados que os povos atribuem em diferentes grupos o seu modo de viver. Entendendo os conceitos e valores que os grupos dão ao seu modo de ser e viver é o respeito ás diferenças.
Compreender que existem outros modos de viver em família nos ajuda a responder questões como: Quem são nossos alunos e de onde eles vêm. Não evitando assim o choque com as diferenças, pois existem modos de ser e de viver que nos surpreendem. Isso, porque o significado que as pessoas dão ao seu modo de viver são suas escolhas as quais não podem ser julgadas pelo nosso ponto de vista; mas do ponto de vista do grupo a que pertence.
O exercício de compreender os significados e modos de viver do outro, suas escolhas e seus valores caracterizam uma organização social (família, educação, etc.). E, nessas diferentes organizações sociais não existe quem sabe mais ou sabe menos, existem quem sabe diferente.
Considerando que tudo é discutível - e já nos ensina a antropologia o exercício de desconfiar, fica aqui a seguinte pergunta: Quais os modos de ensinar e aprender na sua escola?.

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